terça-feira, dezembro 04, 2007

Pendências

O natal se aproxima. Com o verde e vermelho, lembro do ano que passou, do que foi feito, do passado que se acumulou - passado que não posso mais mudar . Pessoas que entraram e saíram; pessoas que moldaram o meu desejo num dos anos mais atípicos da minha vida. Foi um ano de pessoas.

Causei algumas explosões numas vidas, fui a diversão de outras. A poeira ainda se acumula sob os olhos, não posso negar, porém a possibilidade de um começo em branco no próximo ano é sempre tão sedutora quanto os divertidos (ou não) episódios desse meu 2007.

Na verdade, pouca coisa nesse ano foi pra valer. Foi tempo de imediatismos.

Tudo muito intenso, rápido, condicional, frágil... efêmero.

Algumas lições, como sempre, vão para minha caixinha de vida; outras, tentarei despejar em algum canto obscuro da memória. Não vou conseguir esquecê-las, sei disso, mas dá pra anestesiar. Sempre dá.

De qualquer forma, a conclusão é que em 2007 eu vivi. Vivi demais.


E você?

terça-feira, outubro 16, 2007

Relevâncias

Tem horas que fazemos algo e não sabemos porquê, tem gente em que nós insistimos e não sabemos por quê.

Tem outros que passam pela nossa vida por razões não muito claras, razões que nunca saberemos mesmo. Tem vezes que nem você sabe se gosta do frio ou do calor, do preto ou do branco, de chocolate ou de morango.

O bom é que as possibilidades - todas as possibilidades - são tão infinitas quanto aquelas combinações fatoriais da estatística. Quando um salão tá chato, mude pra outro (ainda quando nem você sabe por que mudar daqui pra lá, é bom. Ou pelo menos é o que tem pra hoje)


E viva todos nós que vivemos sem saber por quê!

Cheers

domingo, agosto 05, 2007

Rasgando embrulhos

Ela sabia que não devia, mas não não deu. Era o seu dia, o seu momento.

Sentir aquela pulsação confundir-se com a dela era o que ela precisava para passar pela revolução que viria nos próximos dias. Entre arrependimentos e breve momentos de alegria, a vida flui melhor. E aquelas horas que você sabe que custarão caro depois sempre tem mais valor.

Não foi ela quem escolheu, na verdade já tinha se condicionado a não pensar. O pior é pensar que as circunstâncias nem tão boas sempre andam de mãos dadas com o equívoco. Mas aconteceu. E quando ela disse saber que ele não era seu, apenas estavam juntos naquele dia, ele não disse nada. Então ela entendeu o que isso significava.

Ela lhe falou de um lugar onde sentiriam-se no deserto. Sua gratidão lhe confortou. Partiram em silêncio. Ainda que ele a olhasse pouco, foi nesse lugar onde só os dois viam que ela recebeu dele o seu olhar mais bonito.

Alguns poucos dias depois, o inevitável aconteceu, a anestesia passou e a melhor sinceridade dela não foi o bastante para convencê-lo. Cada palavra calculada e cada frase sistematicamente pensada não mudaram em nada aquele desfecho.

Ela devia ter ensaiado mais, ou quem sabe não ter abusado da sinceridade. O importante é dizer aquilo que precisa ser dito, não o que você realmente quer falar. Outra lição para sua caixinha de vida.

Ainda que ela seja uma idealizadora de riscos calculados, a ilusão lhe trouxe belos momentos. E quando não há mais nada a fazer, você se convence que o importante foi o momento, não a pessoa; e então sai novamente em busca desse momento cujo nome não deseja mais ouvir, e dele não se conforma.

Dia após dia, você se convence da realidade. Ela não quer recordações, não vai (e não pode) tentar de novo. Teve o que devia ter e ponto final. Prefere pensar que foi como o dia de seu aniversário - e a vida também lhe mandara um presente. No final da festa, nós limpamos o salão, guardamos o que ganhamos e então isso tudo não faz mais sentido. O bom mesmo é quando você rasga o embrulho e surpreende-se com o que vê. Depois, é só esperar pelos presentes do próximo ano.

E ela espera.

terça-feira, julho 10, 2007

Vivendo e aprendendo com os ricos e famosos

Bon Jovi me ensinou a não ceder, nunca voltar atrás e fazer as coisas do meu jeito.

Oasis me ensinou a levantar a cabeça e sempre dizer "sou melhor que você".

Rolling Stones me deixou a lição de que o importante é fazer o que gosta, não se importando com o que as pessoas dizem.

Renato Russo me convenceu com sua filosofia de que não existe amor sem sofrimento.

Madonna me ensinou a nunca aceitar um não como resposta.

Porém, a lição mais importante veio de observar a vida de Britney Spears: nunca bote a cara na rua se você estiver se sentindo feio. Inevitavelmente você será visto e se tornará a pauta de discussão amanhã.


Sábia juventude.

domingo, junho 03, 2007

Das quase verdades de granito

Às vezes, o bom é esquecer da gente.

Esquecer dos conflitos internos, da tempestade de pensamentos que nos tornam tão humanos e vulneráveis a tudo. Tão humanos.

Enquanto Maysa me falava dos gizos falsos da alegria, o frio chegou. E o vento gelado ainda corta mais meus lábios do que as previsões não muito certas em que se apoiam meu mundo. Não, ele ainda não caiu - mas eu já aprendi a levantar.


Preciso aprender a esquecer de mim.

quarta-feira, março 21, 2007

Ao som de Summertime, Janis Joplin

Percebo que este blog desatualizado me incomoda.

Sempre penso em atualizar, mas por preguiça não o faço. Mas esse hiato me cobra uma atitude.
Aí hoje vim aqui, encarar essa tela branca, sem idéia alguma do que escrever... psicografando as primeiras coisas que vierem na minha mente (e dedos). Enfim.

Essa semana me disseram que eu não sei "ficar com a penúltima palavra", e isso é um defeito. E também me disseram que "meu texto está ruim". E ah, há duas semanas atrás eu ouvi um "eu te amo".
O que eu digo sobre isso tudo? não parei pra pensar, então vamos por partes:

Sobre "não saber ficar com penúltima palavra", não sei mesmo. Quem quer ficar com o segundo lugar? Eu que não. Se posso ficar com última palavra, claro que ficarei com ela. Me agradam mais; ponto final é mais importante que parágrafo (aliás, sempre esqueço dos parágrafos).

Quanto "ao meu texto estar ruim", bom, aí não sei o que dizer. Macabéa, a nordestina de A Hora Da Estrela, pediria desculpas pelo incômodo. Vou na dela.

E sobre o "eu te amo", também peço perdão, acho isso brega. Prefiro um "eu te gosto".


Um defeito, outro defeito e uma ilusão, pra fechar o pacote. Isso é vida real.

Ouço Janis enquanto espero o frio chegar.

domingo, fevereiro 11, 2007

Não uso All Star

E curso comunicação social, jornalismo.

Não uso calça xadrez e não gosto de camisa listrada; não uso óculos com armação grossa - aliás, não uso nenhum óculos. Não ouço bandas (muito) desconhecidas, não quero parecer alternativo.

Não escrevo textos complicados e sem sentido (e sem noção) que ninguém, além do próprio autor, entende.

E curso comunicação social, jornalismo.

Não sou adepto do pseudo-intelectualismo e fujo da caracterização visual padrão dos estudantes de jornalismo.

Apesar disso, leio a mesma coisa que eles - os estudantes de jornalismo padrão e que agem como tal, acima de qualquer suspeita de ilegimitidade -, faço o mesmo curso que eles, até conheço o que eles ouvem.

Me divirto com a indústria cultural, adoro coisas do mainstream - no momento ouço Madonna, Like a Prayer - e não troco meu Reebok por um All Star.

E curso comunicação social, jornalismo.

Não busco o alternativismo sendo igual aos outros jornalistas em formação. Onde está a alternativa em ser assim?

Transpassei a barreira do "jornalismo visual" e pretendo ser reconhecido pelo trabalho de fato, não pela camisa pólo xadrez e All Star que eles vestem.